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Da Sala de Aula Para a Vida Real A Importância da Educação Financeira

Estudar é algo extremamente importante, seja na escola, faculdade, cursos ou até mesmo por conta própria. No entanto, existem aspectos cruciais que muitas pessoas deixam de lado e que não são ensinados na escola. Um desses aspectos é a educação financeira, algo que todas as pessoas deveriam aprender desde cedo para saber como administrar o dinheiro corretamente, sempre ter reserva financeira e evitar entrar em dívidas na fase adulta.

A diferença entre ter renda e ter dinheiro

Parece que ter renda e ter dinheiro são a mesma coisa, mas na verdade são conceitos bem distintos, principalmente quando analisados no âmbito da economia, que trata do fluxo e do estoque. Vamos simplificar essa diferença: imagine que você ganha R$ 2.000 por mês, essa é a sua renda mensal, que na economia é chamada de fluxo.

Agora, pense em uma torneira por onde essa renda “pinga” na sua conta bancária. Imagine também que você tem um recipiente para armazenar parte desse fluxo, ou seja, o estoque. No entanto, a maioria das pessoas recebe a renda e gasta tudo, não reservando nada. Isso significa que elas têm fluxo, mas não têm estoque, pois o recipiente que deveria armazenar o dinheiro está “furado”, por assim dizer. Tudo que entra como renda já vai embora, sem acumular nenhuma reserva.

Agora, se você ganha R$ 2.000 por mês e consegue poupar R$ 500 para investimentos, então possui um estoque de R$ 500 por mês, que mensalmente irá crescer por meio da renda e da poupança de parte do dinheiro recebido. Ficou fácil de entender, não é mesmo? É muito importante aprender desde cedo a não gastar tudo que se ganha, pois esse é o primeiro passo para ter uma vida financeira equilibrada, com mais autoconfiança e autonomia.

A importância da reserva de emergência

A reserva de emergência é o primeiro e indispensável motivo para não ter apenas fluxo, mas sim um estoque de dinheiro. Quantas pessoas você conhece que já passaram por imprevistos e não tinham dinheiro para arcar com eles? Por exemplo, ter que pagar o conserto de um cano estourado em casa usando o cartão de crédito por falta de dinheiro. Ou bater o carro e ter que pegar um empréstimo para pagar o conserto. Ou, o mais comum de todos, ser demitido, ficar sem renda e passar por dificuldades por não ter nada guardado. Sem estoque, ou seja, sem reserva financeira, fica muito difícil ter uma vida financeira saudável.

O recomendado é ter pelo menos seis meses do seu custo de vida guardados em uma reserva de emergência. Por exemplo, se você gasta R$ 2.000 por mês, é ideal ter pelo menos R$ 12.000 reservados. Construir essa reserva pode levar tempo, mas já é um grande avanço ter qualquer quantia guardada. Quando sua reserva estiver completa, você terá o que chamamos de tranquilidade financeira.

O poder dos juros compostos

Se você está lendo até aqui, não pule esse tópico, pois os juros compostos são o conceito mais importante quando se trata de finanças. Na escola, aprendemos sobre matemática financeira e como os juros compostos funcionam na teoria. Agora, vou te fazer lembrar como eles funcionam na prática, no nosso dia a dia.

Quando alguém não paga a fatura do cartão de crédito em dia, por exemplo, terá que pagar juros no próximo mês. E se não pagar novamente, a dívida vai acumulando mais juros mês após mês. Por outro lado, se você investe seu dinheiro, mesmo que seja em renda fixa, que rende cerca de 1% ao mês, estará acumulando rendimentos, ou seja, juros a seu favor. Essa é a diferença entre os juros de dívidas e os juros compostos de investimentos.

Os juros compostos podem fazer uma diferença gigante na vida financeira, principalmente se você for jovem. Se você investir R$ 500 todos os meses durante 30 anos, a uma taxa de 10% ao ano, poderá acumular um estoque de um milhão de reais. E detalhe: apenas R$ 180 mil foram investidos do seu bolso, o restante é apenas de rendimentos. É importante ressaltar que não estou considerando a situação do período, pois um milhão de reais daqui a 30 anos não terá o mesmo valor que hoje, mas ainda assim é uma quantia significativa. O tempo aliado a bons investimentos é inevitável, pois são juros sobre juros ao longo de vários anos. Como dizia Albert Einstein, os juros compostos são a oitava maravilha do mundo, quem entende ganha, quem não entende paga.

A importância de entender os impostos

Você não precisa ser um especialista em impostos, mas é fundamental compreender quais são os impostos que você paga. Muitas vezes, as pessoas dizem, por exemplo, que vão ganhar R$ 5.000 em um novo emprego, mas na maioria das vezes não recebem realmente essa quantia. Isso ocorre porque, por exemplo, quem ganha acima de R$ 4.664,68 paga 27,5% de imposto de renda mensalmente. Além disso, há o INSS, que também é descontado mensalmente. É importante conhecer todos os impostos que você paga e subtrair esses valores da sua renda para saber qual é a sua renda líquida, livre de impostos. Para facilitar, existem diversas calculadoras de imposto de renda disponíveis na internet.

A diferença entre ativos e passivos

Culturalmente, muitas pessoas, ao saírem da escola e entrarem na fase adulta, acabam acumulando dívidas. Por exemplo, aos 20 anos de idade, financiam uma moto ou até mesmo um carro em várias parcelas, o que acaba gerando gastos maiores do que a renda mensal. Tudo isso são passivos. Muitas pessoas pensam que se conseguem pagar as parcelas do financiamento todos os meses, então podem adquirir determinado bem. No entanto, não levam em conta todos os custos relacionados a esse bem, como manutenção, impostos, etc. Por isso, muitos entram na vida adulta já endividados.

Não há problema em ter carro ou moto, mas é importante entender que existe um momento e uma situação certa para isso. Quando compramos automóveis, gastamos na hora da aquisição e temos custos contínuos para mantê-los funcionando. Ou seja, estamos tirando dinheiro do nosso bolso, sendo chamados de passivos. Na fase inicial da vida adulta, geralmente a renda é curta, e quando as pessoas pegam essa renda e gastam tudo com passivos, estão ficando cada vez mais pobres, mesmo que pensem que estão “arrasando” por terem um carro novo, por exemplo.

Em vez de gastar tudo com passivos, é muito mais interessante investir em ativos, ou seja, coisas que colocam dinheiro no seu bolso. Isso pode ser feito investindo em conhecimento, começando um negócio próprio ou investindo para receber rendimentos ao longo do tempo. O investimento a longo prazo, com juros compostos agindo mês após mês, é uma excelente opção para ter mais segurança financeira no futuro. Evite comprar passivos, compre apenas quando for necessário e viável financeiramente para não comprometer seu orçamento mensal ou sua vida financeira em geral.

Conclusão

A educação financeira é fundamental para que possamos administrar nosso dinheiro de forma consciente e evitar problemas financeiros no futuro. Aprender a ter estoque, investir, entender sobre impostos e diferenciar ativos de passivos são aspectos essenciais para uma vida financeira equilibrada e tranquila. Não deixe de buscar conhecimento sobre o assunto e colocar em prática as dicas compartilhadas neste blog. Lembre-se de que a educação financeira não é ensinada na escola, mas é algo que todos deveríamos aprender desde cedo. Invista em seu conhecimento e em seu futuro financeiro!

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